terça-feira, 24 de novembro de 2009

Moda, casamento e vida moderna

Ser uma mulher moderna, cosmopolita, inteligente e independente! É esta a nossa ambição! Tudo seria perfeito, não fosse um pequeno mas fundamental pormenor, o dinheiro…

Não será esta a aspiração de todas aquelas que ambicionam uma carreira ao invés de um casamento tradicional, de vestido branco e bouquet de flor de laranjeira?
Não é que não pense no assunto, adorava uma festa maravilhosa com um tema, como no casamento da Victoria e do David Beckam, era o máximo! Mas a verdade é que gosto de pensar que posso vingar na vida por conta própria.

O casamento pode, por si só, ser o expoente máximo do consumismo. Afinal, vamos lá fazer contas:
Só com a festa e vestido uma pequena ou grande fortuna, mais a tradicional lua-de-mel, outra pequena ou grande fortuna. "Quem casa quer casa", já dizia a minha avó e com isto acrescentamos mais uns milhares à conta. Mudar de carro e arranjar um bom carro, tipo van, preparado para os filhos que virão e para passear os sogros. Por falar em sogros, dividir os almoços de domingo pelas famílias, fazer IRS conjunto, contratar empregada (detesto passar a ferro), etc., etc., etc. Já nem sei o que dá mais trabalho, mas tenho a certeza que a vida a dois sai mais cara. O problema é que quando percebemos isso já é tarde demais.

Voltando as vida das solteiras cosmopolitas, menos problemas domésticos é certo, mas o estatuto implica também um grande jogo de cintura para fazer face àquelas despesas indispensáveis que enfrentamos no dia-a-dia.

É um mundo cruel meus amigos! Coitada da mulher solteira que tenham o infortúnio de engordar 3 quilos (pior só mesmo as reuniões familiares com tias casamenteiras). Mulher com mais de 25 anos solteira, não importa o quanto seja bem sucedida, será sempre motivo de pena em reuniões familiares e nem mesmo as amigas são solidárias. Solução: fazer mil e uma dietas, muito exercício e não descuidar da maquilhagem jamais (ler com sotaque francês, ao estilo de José Castelo Branco)!

E com o Natal é ainda pior :( O convite ao consumismo está por todo o lado, é uma guerra com várias frentes, é televisão, revistas, programas de rádio, lojas de montras vistosas e convidativas. É impossível resistir, mesmo que já tenha um perfume novo, entro na Douglas e voilá, saio com um saco vistoso, com um laço bonito e sinto-me feliz por momentos. Dou 3 passos… e começa o peso na consciência e a euforia ameniza. Aos poucos a realidade assustadora toma conta de mim e arrependo-me do meu impulso. Nestes momentos temos duas opções: correr para o estacionamento (é o mais seguro, fugir da tentação), tomar um café e relaxar com as amigas ou continuar a passear pelas lojas e tentar ser forte mas respeitar a vontade do corpo e do espírito se encontrar uma oportunidade daquelas… irresistíveis.

A culpa é de Karl Marx e do capitalismo! Da ditadura da moda, do frenesim da vida moderna, da sociedade da informação e da minha falta de crédito!

Assim, estar solteira é uma questão de recuperação económica, de investimento pessoal e um dia, quem sabe, serei uma noiva topo de gama (com peónias importadas e anel da Tiffany's) e não uma coitada que juntou os trapinhos com a cara-metade, ou não fosse eu uma mulher chique! Lol

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